Neste domingo (21), Vini foi alvo de racismo pela décima vez desde
que começou a jogar pelo Real Madrid, em uma situação gritante
envolvendo torcedores do Valencia no Estádio de Mestalla. Após desabafar
no Twitter sobre a situação, afirmando que a La Liga acha o racismo
normal e que o campeonato atualmente pertence aos racistas,
o atleta brasileiro foi confrontado por Tebas, que disse que o jogador precisava "se informar melhor".
A discussão se prolongou e o presidente da liga ainda chegou a afirmar
que o racismo era "um caso extremamente pontual" no futebol espanhol,
afirmando considerar "muito injusto" dizer que a Espanha e a La Liga são
racistas.
As declarações do dirigente tiveram repercussão mundial, gerando uma
onda de repúdio aos seus comentários e amplificando ainda mais o
movimento em defesa de Vini. O prefeito
do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, chegou a responder os tweets de Tebas
da seguinte forma: "vai à m*rda, filho da... Quer culpar a vítima,
imbecil?".
Agora, em entrevista ao portal ge, o presidente da La Liga mudou seu
discurso, dizendo que foi mal interpretado em suas colocações: "se houve
esse inconveniente, se ele [Vinícius] também não o interpretou bem,
mal, tenho que pedir desculpas, não tenho nenhum problema. O importante
aqui não é o tuíte. Há insultos racistas determinados a insultar
Vinicius? Sem dúvida. O presidente de La Liga está em conta de todos
esse insultos. Os encontramos faz muitos anos. E farei agora o mesmo, em
defesa de Vinicius e dos jogadores que estiverem na Espanha, ou de
qualquer raça que enfrentem gritos racistas. Sempre foi a minha conduta,
e sempre será essa. Não vou a mudar. E pedirei desculpas se interpretou
mal o tweet. Não era a minha intenção".
Sobre sua declaração de que o racismo se tratava de um caso isolado
no campeonato, Tebas tentou se explicar: "Quando dizem isolados, acho
que também é um mal entendido. Vamos esclarecer. Todo fim de semana nós
colocamos 500 mil pessoas nos estádios. Pode haver dois mil "sem
cérebro" que façam algum grito homofóbico ou racista. Em comparação não
são tantos. Mas não quero entrar na discussão se são poucos. Para nós dá
no mesmo. Denunciamos um, dois, três ou quatro ou 100. Denunciamos e
seguiremos denunciando. Sempre temos que estar em guarda contra isso.
Nunca, é muito difícil levar o racismo a zero. O importante é acabar com
os que há agora e seguir em guarda para que não sobre. Não são casos
isolados".