Em artigo publicado no UOL, nesta terça-feira (23), o jornalista Reinaldo Azevedo destacou que quem quer calar Tacla Duran comemora afastamento do juiz Eduardo Appio da 13ª Vara Federal de Curitiba. Ele é suspeito de ter feito uma ligação telefônica, com tom de ameaça, ao filho do desembargador federal Marcelo Malucelli, João Eduardo Barreto Malucelli:
Desde que assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba, o juiz Eduardo Appio era um “cabra marcado” para cair. Se vai mesmo acontecer, é o que se vai ver. Não dá para saber se o conjunto da obra é mais grave do que esquisito ou mais esquisito do que grave. (…)
Obviamente não sei se a voz era mesmo a de Áppio. Mas uma coisa sei com certeza: como o Brasil teria tido um destino mais feliz nos últimos anos, notadamente a partir de 2014, quando veio à luz a Lava Jato, se o TRF-4 tivesse atuado com tamanha presteza, não é mesmo? Para não falar na dureza! (…)
E pensar que esse Conselho não se moveu quando um certo juiz gravou a presidente da República e tornou público o conteúdo da conversa, embora o grampo, na hora do registro que incendiou as ruas em favor do impeachment, fosse ilegal. Como ilegal era a divulgação. (…)
Uma única frase do diálogo foi interpretada como ameaça e está na origem de medida tão dura: “E o senhor tem certeza que não está aprontando nada?” Digamos, para especular, que Appio seja mesmo o dono da voz. Qual seria o propósito? Ainda que fosse uma tentativa de intimidação, diria respeito a quê?
A tal ligação é de 13 de abril. É o mesmo dia em que Malucelli, ainda relator da Lava Jato no TRF-4, restabeleceu, na prática, a ordem de prisão de Tacla Duran, o homem que provoca pânico em certos círculos. (…)
A tal ligação é de 13 de abril. Appio estava na mira. No dia em que falou sobre a tal senha, veio a suspensão. Se errou, que venha a punição. Mas não é o senso de Justiça que está deixando alguns tão excitados, e sim a esperança de que Tacla Duran seja silenciado.