“Nenhuma [relação com Mauro Cid]. O meu contato com ele se dava por meio das minhas assessoras. Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido. Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso”, disse Michelle.
A declaração faz referência à investigação da PF que encontrou, em trocas de mensagens por WhatsApp, imagens de sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid, que foram encaminhados às assessoras da então primeira-dama, além de uma transferência bancária de R$ 5 mil, em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a de Michelle. Os investigadores suspeitam que o dinheiro seja oriundo de um esquema de “rachadinha” que funcionaria no Palácio do Planalto.
Ainda segundo ela, a PF nunca lhe pediu explicações sobre as
suspeitas investigadas. “Nunca me pediram explicações. Uso esse cartão
desde 2011. Eu era quebrada. Em 2007, casei com o Jair, fui para o Rio
de Janeiro. Tenho três irmãos. A minha família é bem simples, e eu
sempre cuidei dos meus irmãos. Na época, o limite do meu cartão de
crédito era de R$ 1.800, porque eu não tinha como comprovar renda. Aí
essa minha amiga ofereceu um cartão adicional na conta dela, que tinha
um limite maior. Eu pagava minha parte na fatura. Tenho todos os
comprovantes. Esses achismos destroem a reputação das pessoas”, disse.