Desde os anos 2000, o Lord vinha perdendo seus hóspedes famosos e ficou anos de portas fechadas. Em 2010 foi ocupado e, depois de muitas negociações com a Prefeitura, o edifício foi destinado para moradia popular. Segundo o G1, a Frente de Luta por Moradia venceu o chamamento público e o direito de investir R$ 22 milhões de financiamento na reforma. Hoje são 176 apartamentos.
Na pintura, Elza Soares segura uma chave e ao lado de sua mão foi escrita a frase “Nenhuma mulher sem casa”. “Entendiam Elza Soares e Garrincha que o porteiro estava lhes recusando aposentos somente por preconceito de cor”, publicou, em 1964, a Revista do Rádio, uma publicação impressa do Rio de Janeiro.
Uma copeira hospitalar identificada como Adriana Fester foi uma das primeiras moradoras do local quando ainda era uma ocupação. “Isso aqui, há nove anos, estava abandonado, só tinha ratos e baratas, muito mofo. Morei aqui quatro anos e sete meses, até desocuparmos para poder reformar para nós morarmos, dez anos de luta. Estou aqui desde o primeiro dia”, lembrou.
Já Osmar Borges, coordenador da Frente de Luta por Moradia, disse que o processo só funcionou porque houve muita resistência: “É um processo de 30 anos. Na década de 1980, 1970, não tinha política de habitação. Foi um processo de construção dos movimentos que fazem a luta pela cidade”.
“Hoje, retrato Elza com as chaves do hotel na mão, um símbolo de passagem desse lugar para as diversas mulheres que finalmente o chamarão de lar”, pontuou Pri Barbosa, artista responsável pelo mural de Elza.