“Toda e qualquer posição, qualquer genialidade que alguém possa ter, é importante que antes de anunciar faça uma reunião com a Casa Civil para que ela discuta com a Presidência da República para que a gente possa chamar o autor da genialidade e a gente, então, anuncie publicamente como se fosse coisa de governo, que esteja de acordo os outros ministros, a Fazenda e o Planejamento. Porque, assim, a gente cria condições motivadoras de todo mundo concordar com a política que foi anunciada”, disse.
Nesta terça-feira (14), Lula comandou a segunda reunião ampliada com ministros, dessa vez da área social, como Saúde, Mulheres e Previdência Social. Ainda nesta semana, o presidente deve reunir os ministros da área produtiva, como Agricultura, Desenvolvimento Agrário e Indústria e Comércio.
Na semana passada, o presidente reuniu os ministros da área de infraestrutura para discutir o novo plano de investimentos do governo federal, em substituição ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Além disso, o objetivo do encontro é que cada pasta apresente os planos para os primeiros 100 dias de governo, para 2023 e para os próximos anos.
“Queria que vocês tivessem certeza que, do
ponto de vista da Presidência da República e da Casa Civil, vocês terão
todo o apoio, combinando com [o ministro da Fazenda, Fernando] Haddad e
[a ministra do Planejamento e Orçamento] Simone [Tebet], que são as
pessoas que cuidam do caixa do governo, para que a gente não erre, não
prometa aquilo que não pode cumprir, para que faça apenas aquilo que
está dentro das nossas possibilidade. E se tiver que arriscar alguma
coisa, a gente arriscar com viés de acerto acima de 80%, porque a gente
não pode correr risco de anunciar coisa que não vai acontecer”,
argumentou Lula.
Novas escolas
O presidente destacou que, na educação, por exemplo, já há avanços, como o anúncio do aumento de até 39% no valor repassado pelo governo federal para estados e municípios custearem a merenda escolar na rede pública de ensino. A estimativa do governo é de investir R$ 5,5 bilhões no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) neste ano, um aumento de cerca de R$ 1,5 bilhão em relação ao orçamento anterior.
Em breve, Lula espera anunciar o programa de escola em tempo integral. Segundo ele, entretanto, ainda é preciso modular o novo modelo de escola pública, ampliar os espaços e melhorar a infraestrutura das escolas.
“As atuais escolas públicas são quase como
caixote, tem pouco espaço para fazer uma escola de qualidade e colocar
escola de tempo integral. Se você quer cultura, esporte, lazer precisa
ter um pouco mais de espaço nas escolas e o padrão, em muitos estados e
cidades, não dá para fazer a escola de tempo integral. Vi uma na Bahia
que parece mais um parque olímpico do que escola. Ou seja: acho que o
povo merece essas coisas de qualidade. Ela vai custar um pouco mais
caro, do ponto de vista econômico, mas vai ser mais barato do ponto de
vista do lucro que vamos ter com o aprendizado da meninada, com a
qualidade de educação que eles vão ter.”
Bolsa Família
Além disso, o presidente reafirmou a necessidade de aprimoramento do Cadastro Único, para definir as pessoas que têm direito a receber o Bolsa Família. O cadastro é uma ferramenta conduzida no âmbito do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e funciona como porta de entrada para mais de 30 programas do governo federal, entre eles o Bolsa Família.
“O cadastro terá que ser o padrão que vai definir a seriedade desse programa”, disse Lula. O governo está adotando ações de revisão cadastral com base na composição e renda familiar, além de busca ativa por pessoas em situação de vulnerabilidade social, em parceria com as prefeituras.
Matéria ampliada com os dois últimos parágrafos às 11h03.
Edição: Denise Griesinger