No café da manhã com jornalistas na última quinta-feira (12), Lula fez a declaração mais dura sobre a conivência de uma parcela das Forças Armadas aos golpistas que desencadearam uma série de atos terroristas que destruiu o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF).
Após defender a permanência de José Múcio Monteiro no Ministério da Defesa, o presidente mandou um recado para as Forças Armadas.
Segundo Guilherme Amado, no site Metrópoles, o recado de Lula tinha um alvo claro: o comandante do Exército Júlio César de Arruda.
Suposto diálogo divulgado pelo jornal The Washington Post neste domingo (15) mostra que Arruda teria dito claramente ao ministro Flávio Dino: "Você não vai prender ninguém aqui". O diálogo ocorreu na noite do fatídico dia 8 de janeiro.
Na conversa com os jornalistas, Lula ainda apontou a "conivência" de "muita gente das Forças Armadas" com os golpistas.
“Estou esperando a poeira baixar. Eu quero ver todas as fitas que foram gravadas dentro da Suprema Corte, da Câmara, do Palácio do Planalto. Teve muita gente conivente. É importante dizer”, afirmou o presidente. “Teve muita gente da Polícia Militar conivente, teve muita gente das Forças Armadas aqui de dentro conivente. Eu estou convencido de que a porta do Palácio do Planalto foi aberta para que gente entrasse, porque não tem porta quebrada. Significa que alguém facilitou a entrada deles aqui”, acrescentou.