Papa Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira, 21 de abril, aos 88 anos, em sua residência oficial, a Casa Santa Marta, no Vaticano. Jorge Mario Bergoglio, nascido em Buenos Aires, na Argentina, foi o primeiro pontífice latino-americano, ao suceder Bento XVI em 2013. Marcado por sua simplicidade e simpatia, Francisco era um profundo admirador do futebol, torcedor do San Lorenzo de Almagro e fã de Pelé.
A relação entre Francisco e seu clube do coração é bastante conhecida. “Meu amor por San Lorenzo faz parte da minha vida, faz parte da minha história”, costumava dizer. Mesmo como líder da Igreja Católica, seguia pagando sua cota de sócio, sob o número 88.235N-0 e costumava posar com camisas e bandeiras do Ciclón durante eventos no Vaticano.
No entanto, em sua recém-lançada autobiografia, Esperança, Francisco confessou que não via um jogo do San Lorenzo havia mais de três décadas, por ter abandonado o hábito de assistir TV. De acordo com o diário Olé, a decisão foi tomada em 1990, após um episódio que o teria fito refletir sobre os conflitos entre sua paixão pelo futebol e seu compromisso com a religião. No entanto, um guarda suíço do Vaticano ela encarregado de transmitir os resultados do clube ao pontífice.
O fascínio de Francisco pelo clube nasceu em 1946, quando ele tinha 9 anos e o San Lorenzo foi campeão com figuras como René Pontoni e Rinaldo Martino. Curiosamente, um ano depois de Bergoglio se tornar Francisco, o Ciclón conquistou o título mais importante e almejado de sua história, a Libertadores de 2014.
O San Lorenzo lamentou a morte de seu mais ilustre fã, citando o apelido “corvo” dos torcedores. “Ele nunca foi apenas mais um e sempre foi um de nós. Um Corvo desde menino e como um homem… Corvo como um padre e cardeal… Corvo também como Papa… Ele sempre transmitiu sua paixão pelo Ciclón: quando ia ao Viejo Gasómetro ver o time de 46, quando confirmava Angelito Correa na capela da Cidade Deportiva, quando recebia os visitantes do Barça no Vaticano, sempre com total alegria… Sócio nº 88235. De Jorge Mario Bergoglio a Francisco, uma coisa nunca mudou: seu amor pelo Ciclón. Envoltos em profunda dor, desde #SanLorenzo hoje dizemos a Francisco: Adeus, obrigado e até logo! Estaremos juntos pela eternidade!”
Em 2023, o papa argentino surpreendeu ao dizer em entrevista à emissora italiana Rai sobre quem preferia entre Lionel Messi e Diego Armando Maradona. “Eu escolho um terceiro: Pelé”, cravou. “Maradona, como jogador foi um grande, um grande. Mas, como homem, falhou. “Messi é corretíssimo. É corretíssimo. É um senhor. Mas, para mim, desses três, o grande senhor é Pelé. Um homem de um coração…”, complementou.
Era comum que em encontro com fiéis brasileiros, Francisco perguntasse “Pelé ou Maradona?” em tom de brincadeira.
Em entrevista ao canal La Sexta em 2019, Francisco se disse um admirador de Messi, mas negou que o craque seja “um Deus”. “A gente diz Deus, assim como diz ‘eu te adoro’, mas devemos adorar somente a Deus, são expressões populares. ‘Este é um deus com a bola no campo’, são modos populares de se expressar. Dá gosto [ver Messi jogar], mas não é Deus”, disse, em tom bem humorado.
Em outro registro, em 2021, o papa Francisco jogou pebolim – totó ou Fla-Flu dependendo da região do Brasil – com um fiel no fim da audiência geral de quarta-feira, no Vaticano. A quebra de protocolo do líder da Igreja Católica ocorreu enquanto ele cumprimentava os fiéis presentes na Sala Paulo VI, que abrigou o evento. A mesa foi presenteada a Francisco por representantes da associação Sport Toscana Calcio Balilla de Altopascio, na região da Toscana.