São Paulo – O Ministério da Saúde informou que vai enviar doses de vacina contra dengue para mais 29 cidades nos próximos dias. O novo lote completa lista de 521 municípios selecionados para receber as doses até a primeira quinzena de março. A vacinação com o imunizante Qdenga começou em fevereiro e é destinada à aplicação em crianças de 10 a 14 anos. A informação é da Agência Brasil.

Os municípios foram escolhidos para receber os primeiros lotes por estarem localizados em áreas com alta incidência da dengue tipo 2, que provoca infecção mais grave da doença. A restrição de regiões que vão receber a vacinação foi feita diante das dificuldades apresentadas para produção e oferta da vacina, elaborada pelo laboratório Takeda. O governo afirma que, após a entrega de mais carregamentos, a vacinação será ampliada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Por hora, foram compradas 5,2 milhões de vacinas neste ano. Em 2025, serão mais 9 milhões.

Pico ainda por vir

A Qdenga teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em março de 2023. Em dezembro do ano passado, a pasta anunciou a incorporação do insumo no SUS.

Pelo menos seis estados já declararam emergência devido aos casos registrados de dengue na população. Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Acre, Goiás e o Distrito Federal estão na lista. As estimativas do Ministério da Saúde apontam para um recorde de casos em 2024, podendo alcançar os 4,2 milhões de pessoas infectadas. Especialistas afirmam que o pico de casos ainda está por vir e que apenas no inverno a curva de infectados deve cair. Os números mais recentes falam e cerca de 750 mil casos registrados em 2024 com 151 mortes.

De 10 a 14 anos

No final de janeiro, o Ministério da Saúde divulgou os 521 municípios, de 16 estados brasileiros e o Distrito Federal, selecionados para iniciar a vacinação contra a dengue via Sistema Único de Saúde (SUS). A doses são para crianças e adolescentes de 10 a 14 anos, faixa etária que concentra maior número de hospitalizações pela doença. De janeiro de 2019 a novembro de 2023, o grupo respondeu por 16,4 mil hospitalizações, atrás apenas dos idosos, grupo para o qual a vacina não foi autorizada. O esquema vacinal será composto por duas doses, com intervalo de três meses entre elas.