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Universidades fecham 2022 no vermelho e levam dívidas para o ano que vem, diz presidente da Andifes

Ricardo Marcelo Fonseca afirmou que, apesar de espaço fiscal, instituições não tiveram recursos repostos; UFRJ ficou devendo R$ 94 milhões

Publicada em 29/12/22 às 06:11h - 38 visualizações

OGLOBO/por Bruno Alfano


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Universidades fecham 2022 no vermelho e levam dívidas para o ano que vem, diz presidente da Andifes
 (Foto: Divulgação)
O presidente da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Ricardo Marcelo Fonseca, afirmou que universidades federais terminaram o ano no vermelho e que as dívidas ficarão para o próximo ano, apesar da abertura de espaço fiscal no final deste ano. Segundo ele, decisões do TCU, do STF e do Congresso possibilitaram que o governo liberasse mais dinheiro para cobrir esses rombos, mas o Ministério da Economia decidiu não transferir nenhum centavo.

— Essa é a primeira vez que a minha universidade vai terminar no vermelho — afirmou Ricardo Marcelo Fonseca, reitor da UFPR.

Fonseca apontou que a aprovação da PEC da Transição, a liberação do TCU para emissão de créditos extraordinários e a retirada do Auxílio Brasil do teto de gastos, após decisão do ministro Gilmar Mendes do STF, liberaram espaço fiscal para que o orçamento das universidades fosse recomposto.

Após essas decisões, o Ministério da Educação chegou a chamar as universidades para saber quanto seria necessário para fechar o ano. A expectativa era a de que pelo menos R$ 438 milhões bloqueados no meio do ano fossem liberados, o que não aconteceu por decisão da Economia.

— O orçamento de 2022 já era muito apertado, mesmo com um aumento em relação a 2021. Isso porque houve uma baita inflação e também a volta presencial às aulas — diz Fonseca. — Com o bloqueio, todas ou quase todas vão levar dívidas no ano que vem.

A UFRJ, por exemplo, terminou o ano com uma dívida de R$ 94 milhões, que será repassada para o próximo ano. O custo da universidade é de cerca de R$ 24 milhões por mês.

— Esse ano entramos com previsão de R$ 45 milhões, apontando que o orçamento era insuficiente. Com o corte do meio do ano, se somaram R$ 23 milhões do que a gente já previa de déficit mais a inflação dos reajustes previstos em contrato. Além disso, tivemos R$ 18 milhões de superávit de arrecadação própria que não pudemos utilizar (por conta da lei do teto de gastos) — afirmou Eduardo Raupp, pró-reitor de Planejamento, Desenvolvimento e Finanças.

Na avaliação de Raupp, as universidades precisam de uma recomposição orçamentária no nível de 2019 mais a inflação do período.

— Assim conseguimos terminar o ano mesmo pagando essas dívidas que ficaram — afirmou.




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