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Além de Michelle e Eduardo Bolsonaro, quem eram os “radicais” do golpe, segundo delação de Cid

Cid descreveu diferentes grupos ao redor de Bolsonaro

Publicada em 26/01/25 às 10:42h - 24 visualizações

DCM


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Em sua delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid revelou que o núcleo mais radical da trama golpista incluía Michelle Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro. De acordo com Cid, ambos incentivavam Jair Bolsonaro a adotar medidas de exceção, acreditando que ele teria apoio popular e de grupos como os CACs (Colecionadores, Atiradores e Caçadores). No entanto, eles não estavam sozinhos nessa ala que incentivavam o ex-presidente.

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e seu enteado, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), nos Estados Unidos: ambos foram citados por Mauro Cid como integrantes da ala mais radical da trama golpista – Foto: Reprodução

Cid descreveu diferentes grupos ao redor de Bolsonaro no período pós-eleitoral de 2022. O primeiro núcleo, liderado por figuras como Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e o comandante da Aeronáutica Baptista Júnior, defendia que o ex-presidente aceitasse a derrota e assumisse o papel de líder da oposição.

Flávio Bolsonaro, Ciro Nogueira e Baptista Júnior são apontados por Mauro Cid como integrantes do grupo que defendia que Jair Bolsonaro aceitasse a derrota e liderasse a oposição ao invés de apoiar medidas golpistas – Foto: Reprodução

O segundo grupo, composto por pessoas como o comandante do Exército Freire Gomes, rejeitava os rumos do país, mas não apoiava qualquer tipo de ruptura institucional.

General Freire Gomes, citado por Mauro Cid como integrante do grupo que, embora contrário ao rumo do país, rejeitava medidas da trama golpista – Foto: Reprodução

Já o terceiro núcleo, favorável a um golpe, se dividia em duas alas. A menos radical buscava evidências de fraude nas urnas para justificar a medida. A mais extrema, por sua vez, defendia ações imediatas e armadas para interromper a democracia. Entre os integrantes dessa ala estavam Felipe Martins, Onyx Lorenzoni, Gilson Machado, o general Mario Fernandes, e os senadores Jorge Seif (PL-SC) e Magno Malta (PL-ES).

Felipe Martins, Onyx Lorenzoni e Gilson Machado, citados por Cid como integrantes da ala mais radical que pressionava Bolsonaro a adotar medidas golpistas, incluindo a assinatura de decretos de exceção – Foto: Reprodução

General Mario Fernandes, senador Jorge Seif (PL-SC) e senador Magno Malta (PL-ES), citados por Mauro Cid como integrantes de grupo radical que defendia medidas golpistas – Foto: Reprodução

A defesa de Michelle Bolsonaro classificou as acusações como “absurdas e sem fundamento”, afirmando que nem ela nem sua família estiveram envolvidos em planos golpistas. Eduardo Bolsonaro também negou as declarações, chamando-as de “fantasia”.

Segundo o depoimento de Cid, o grupo mais radical pressionava Bolsonaro a assinar decretos de exceção e acreditava que ele teria apoio das Forças Armadas e de movimentos armados civis. Lorenzoni e outros integrantes se reuniam esporadicamente com Bolsonaro para defender essa postura, conforme revelado pelo depoimento.

O relatório final da PF também incluiu o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, que foi classificado por Cid na ala “menos radical”. Ele é acusado de ter usado argumentos falsos para questionar o resultado eleitoral de 2022 e justificar uma suposta fraude nas urnas.

O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, sentado, com roupa social cinza e azul, falando e gesticulando sem olhar para a câmeraO presidente do PL, Valdemar Costa Neto – Reprodução/GloboNews

A delação de Cid, divulgada inicialmente em agosto de 2023, trouxe à tona detalhes sobre as articulações golpistas e seus principais apoiadores.

Agora, cabe à Procuradoria-Geral da República analisar o relatório da Polícia Federal e decidir se apresenta denúncias contra os envolvidos ou arquiva os indiciamentos.




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