Depois de uma intensa pesquisa que durou muitos anos, Rodrigo de Sá Netto traz em seu livro, lançado recentemente, um importante estudo sobre a penetração no Brasil de igrejas e organizações, sobretudo evangélicas, provenientes dos Estados Unidos. O livro é baseado inteiramente em fontes documentais do SNI, da SAE, da CIA e do Arquivo Nacional dos EUA, é um vasto panorama desse tema desde os anos 50 e traz uma história impressionante sobre as organizações, as estratégias e as ideias que legitimam a dominação de classe através da religião no Brasil.
Uma das questões abordadas na conversa foi sobre o que o Estado pode fazer para neutralizar o avanço da dominação capitalista e conservadora das igrejas evangélicas. Algumas declarações de Rodrigo:
“Em relação, por exemplo, a organizações missionárias que estão atuando junto a indígenas na Amazônia, sobretudo indígenas isolados, o governo brasileiro tem que expulsar essas agências, não tem outro caminho. É preciso fortalecer a Funai.”
“Outra providência é taxar essas igrejas, que são igrejas, mas também são empresas.”
“Essas igrejas não têm apenas uma teologia, mas também uma filosofia econômica, que estimula o empreendorísmo individual, a precarização das relações de trabalho e usam o dinheiro do dízimo para aplicar em outras empresas. Além disso, tem pastores que são também empresários.””
Taxando as igrejas podemos começar a quebrar o monopólio religioso de um pequeno número de líderes religiosos, que têm rádio televisões, sobre o público evangélico brasileiro.” Assista: