Circula na imprensa nacional uma entrevista da consagrada psicanalista e socióloga Ingrid Gerolimich, que retrata o ódio bolsonarista contra o presidente Lula. Agravando-se agora quando o petista foi submetido a uma cirurgia no cérebro. "O desejo de morte contra Lula reflete uma tentativa desesperada de recuperar controle e segurança em um ambiente de caos e desilusão", explica Gerolomich.
Ingrid diz que as manifestações desejando, inclusive, a morte do presidente transcendem o debate político. Segundo ela, infelizmente, disseminou-se no Brasil o ódio como "nova religião", colocando uma "ferida narcisista da derrota" após a eleição de 2022.
Sobre o ódio como "nova religião", diz que essa "fé" se fundamenta em figuras messiânicas como Jair Bolsonaro. E, mais grave ainda, com o incentivo a uma narrativa que promete (pasmem!) a "salvação e proteção" contra um inimigo.
Sobre o que ela chama de "ferida narcisista da derrota", a psicanalista trás considerações invocando os estudos de Freud, em "O futuro de uma ilusão", que destaca o papel das figuras de autoridade na psique coletiva. Para os bolsonaristas - segue Ingrid -, a derrota nas urnas e a volta de Lula ao poder representam uma ferida profunda, abalando a ilusão de que o bolsonarismo seria a única força legítima para governar o país.
Realmente, um narcisismo preocupante! Porque a intenção é colocar a democracia em risco constante. "Quando o ódio é o afeto central de uma ideologia, não há espaço para diálogo, apenas para confronto e destruição", conclui a psicanalista.
Cientificamente, o narcisismo é um transtorno da personalidade caracterizado por sintomas como "sentimento excessivo de importância de si próprio", "necessidade de reconhecimento" e "desvalorização das outras pessoas". Muito afeito ao bolsonarismo.
De tão grave agora está sendo visto como uma questão de saúde pública. Porque em cada bolsonarista se identificam os principais sintomas do narcisismo, como:
1. Considerar-se excessivamente importante;
2. Preocupação excessiva com sucesso e poder;
3. Necessidade de atenção e admiração pela sociedade;
4. Importar-se demasiadamente com os próprios sentimentos e necessidades;
5. Expectativas irreais de receber tratamentos privilegiados; como, por exemplo, achar que Bolsonaro é um enviado por Deus, o "messias salvador", o "mito",...;
6. Sentir inveja do Lula e acreditar ser invejado por ser bolsonarista;
7. Demonstrar atitudes e comportamentos arrogantes.
O psicólogo e clínico geral Gonzalo Ramirez, formado em Medicina pela Universidad Popular Autónoma del Estado de Puebla (UPAEP) e licenciado em Psicologia Clínica pela Universidad de Las Américas Puebla, diz que "o tratamento para o narcisismo é feito por meio de sessões de psicoterapia para que a pessoa desenvolva estratégias para se relacionar melhor com outras e evitar desentendimentos e/ou frustrações nos seus relacionamentos. Não existem medicamentos específicos para tratamento do transtorno de personalidade narcisista, mas alguns, como antidepressivos ou ansiolíticos, podem ser indicados caso existam outras condições associadas, como depressão ou ansiedade".
Bolsonaro formou no Brasil um séquito, uma legião de depressivos(as) e ansiosos(as). No mínimo!
Com a internação do presidente da República, levantamentos sócio-políticos apontam que bolsonaristas chegam a receber centenas de mensagens de ódio todos os dias. Neurocientistas dizem que o cérebro dessa gente é mais propenso a aceitar mentiras do que verdades. Assim, despertam e disseminam emoções e sentimentos negativos fortes no seio social como, por exemplo, "Eu desejo a morte do Lula"; "Que Lula morra"; "Que Lula vá pro inferno";... E pedem que as pessoas espalhem. Que problemão, hein!