O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, encontra-se numa encruzilhada político-administrativa-social diante da letalidade (assassinatos em série) da Polícia Militar paulista.
Tarcísio tem à frente da Secretaria da Segurança Pública do Estado o ex-policial militar Guilherme Derrite, que no início do mandato convenceu o governador a desprezar as câmeras de filmagens na farda dos policiais militares. Hoje, o governador se arrepende.
Apesar da crise, que tende a aumentar, o governador não exonerou o secretário acusado de 16 assassinatos durante a carreira policial dele em São Paulo. Derrite integrava um grupo de extermínio batizado de "Eu Sou a Morte".
Recentemente, políticos ligados ao governo de São Paulo (seja do Estado ou fora dele) disseram que apesar dos eventos mortes protagonizados pela Polícia Militar, acham que se tratam de casos isolados e que o secretário da Segurança paulista, "...tem nosso apoio, confiança e admiração..." (deles).
Como, então, agia o grupo de extermínio "Eu Sou a Morte" em São Paulo: Derrite e outros policiais - nos dias de serviço - levantavam o endereço de ladrões, traficantes, pontos de tráfico, etc. O ex-policial ia aos locais dos assassinatos para colher informações e, como sempre, alterar (alterava) o local do crime para dificultar a perícia. Derrite era o líder e ordenava onde as viaturas policiais tinham que ficar e, quando ia acontecer alguma execução, ele tirava as viaturas dos bairros para facilitar o serviço. Tudo era combinado antes.
Com Derrite à frente da Secretaria da Segurança o número de pessoas mortas por policiais militares em serviço no Estado de São Paulo saltou 138% nos primeiros três meses de 2024, em comparação ao mesmo período do ano de 2023. Alarmante!
Como pode alguém de sã consciência admirar um ex-policial com 16 assassinatos nas costas e que, agora, administra a Segurança Pública do Estado de São Paulo, contribuindo para aumentar o índice de letalidade? O ex-policial, inclusive, é cotado por um cacique da política nacional como possível candidato a governador ou a senador para representar os paulistas.
O fato nos faz lembrar os tempos horrendos, terríveis, sinistros, cruéis do coronel Correia Lima no Estado do Piauí - assassino contumaz em série. Não custa nada também lembrar que na década de 80 no Piauí a nossa elite política tentou candidatar o coronel matador ao cargo de deputado federal, que tinha sob seu domínio como executor de assassinatos o policial militar "Macaco à Óleo".