O chefe da pasta econômica apontou 2025 como um ano estratégico para avançar no combate à desigualdade social. Ele explicou que a ausência de eleições e uma pauta legislativa menos sobrecarregada criarão condições favoráveis para debater soluções estruturais. "Será a primeira vez que o Brasil vai debater o tema de maneira consistente. Vamos ter uma oportunidade única de discutir a redução da desigualdade no Brasil com pretensão de fazer justiça social duradouramente", afirmou Haddad.
Crescimento sustentável e medidas de equilíbrio fiscal
Haddad ressaltou que, no terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9%, superando expectativas, reflexo de um planejamento econômico focado na revisão de distorções estruturais. O ministro destacou ações como combate à evasão fiscal, revisão de benefícios tributários e maior eficiência na arrecadação como medidas iniciais para recompor a receita pública, que caiu cerca de 3% do PIB entre 2010 e 2023. "Estamos tomando medidas para garantir que esse crescimento seja sustentável. A trajetória que alcançamos não é trivial. Ela depende de ajustes que permitam estabilidade no longo prazo e segurança para os investimentos", pontuou.
O ministro também lembrou os desafios impostos pelo teto de gastos, que limitava investimentos sociais sem levar em conta a perda de arrecadação. Segundo ele, o governo busca equilibrar as contas públicas sem sacrificar direitos fundamentais, como o novo Bolsa Família, o Fundeb e o piso salarial da enfermagem. "Como você vai pagar tudo isso com menos receita do que tinha há 10 anos?", questionou.
2025 e o enfrentamento da desigualdade
Para Haddad, 2025 será um ano de mobilização para reduzir a concentração de renda e ampliar a justiça social. Ele mencionou que o governo já trabalha em propostas como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, medida fiscalmente neutra que, segundo ele, redistribuirá renda sem comprometer o orçamento. A ideia é compensar essa isenção com a inclusão de pessoas de alta renda na tributação do IR. "A proposta trará mais estabilidade ao crescimento e reduzirá a desigualdade de forma estrutural", explicou.
Ao encerrar sua participação, Haddad reforçou que as ações do governo devem ser analisadas com foco nos impactos de longo prazo. "Acredito que o filme do que estamos fazendo é melhor do que a fotografia tirada agora", concluiu.