Em depoimento ao jornal O Globo, Dirceu destacou as diferenças entre Bolsonaro e Trump, assim como entre Lula e Joe Biden ou Kamala Harris. “Lula não é Kamala e Bolsonaro não é Trump”, afirmou. Para ele, embora Trump tenha transformado o Partido Republicano em um partido “trumpista”, a direita brasileira é mais fragmentada, e Bolsonaro não possui controle absoluto sobre o campo conservador.
Ele alerta que essa fragmentação pode ser uma oportunidade para a esquerda, que precisa reavaliar seu discurso e atualizar sua estratégia. “A esquerda tem que encontrar um caminho para retomar território, voltar à juventude, trabalhar com as redes e atualizar a sua mensagem”, afirmou.
O ex-ministro aposta que a relação entre Brasil e Estados Unidos não será abalada com a eleição de Trump, a despeito da declarada predileção de Lula por Kamala Harris. Primeiro, porque os americanos nunca priorizam a América Latina. Além disso, ele nota que há interesse de ambos os lados em manter os interesses comerciais e os investimentos.