O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta sexta-feira (6), em Juiz de Fora, Minas Gerais, que o ato programado para o 7 de Setembro na avenida Paulista, em São Paulo, servirá para desafiar o que ele descreve como “sistema” e exigir a saída do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Vamos desafiar o sistema que eu comecei a abrir suas vísceras exatamente há seis anos”, declarou Bolsonaro, referindo-se ao seu embate com as instituições desde o início de seu mandato, durante o discurso a apoiadores na cidade onde sofreu a facada que quase o matou em 2018
“Aquele ministro do STF não dá mais. Ele não tem sensibilidade, não tem noção, age como um obcecado para perseguir a minha pessoa”, afirmou. O ex-presidente também fez acusações graves sobre possíveis represálias. “Algo me aconselhou a agir dessa maneira. Se eu tivesse ficado [no Brasil], no dia 8 de janeiro [de 2023], teria sido preso e até hoje estaria preso. Ou estaria morto, porque o sistema não me quer vivo. Me quer morto”, disse Bolsonaro, insinuando uma conspiração contra ele.
Bolsonaro em Juiz de Fora (MG). Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress
O líder da extrema-direita também criticou o que chamou de “insanidade” de ataques direcionados a sua família, dizendo: “Onde um ditador diz: ‘quero pegar o filho do Bolsonaro’. Isso é coisa de insanidade, de quem não quer o melhor futuro do seu país”.
Atualmente, Bolsonaro enfrenta sérias questões legais. Ele foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030 devido a ataques e desinformações sobre o sistema eleitoral. Além disso, o ex-presidente foi indiciado pela Polícia Federal neste ano por envolvimento em casos relacionados ao desvio de joias e à falsificação de certificados de vacinas contra a Covid-19.
Ele também está sob investigação por crimes mais graves, incluindo tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de Direito, com foco nos eventos de 8 de janeiro de 2023. Parte dessas investigações é conduzida no âmbito do inquérito das milícias digitais, relatado por Alexandre de Moraes e iniciado em 2021.