Pomar relembrou o desempenho da esquerda em eleições anteriores, afirmando que "na eleição de 2020, nós da esquerda elegemos um número muito pequeno de prefeitos e prefeitas, na eleição de 2022 a maioria dos governadores não nos apoiou, nem no primeiro e nem no segundo turno".
Ele destacou que o governo federal possui uma popularidade que ainda reflete a eleição de 2022, mas apontou a necessidade de intensificar o debate político para garantir um melhor resultado eleitoral em 2024. "Ou bem a campanha faz um debate político muito forte, para termos um resultado melhor, ou a direita e a extrema direita vão ter um resultado majoritário", afirmou Pomar. Ele acrescentou que, embora uma vitória nas grandes cidades possa ser significativa, o quadro geral favorece a direita. "Claro que se a gente perde na maioria das cidades, mas ganha nas grandes cidades, como São Paulo e Belo Horizonte, faz diferença".
Apesar das dificuldades, Pomar acredita que a esquerda pode obter um resultado positivo, mas condiciona isso ao desempenho do governo federal. "O quadro é favorável ao lado de lá, mas é possível obter um resultado que politicamente seja uma vitória. Isso vai depender dos resultados do governo". Segundo ele, a situação estaria melhor se o governo tivesse resolvido questões econômicas com mais assertividade, como a gestão do orçamento e a manutenção das taxas de juros. "Se o governo não tivesse colocado uma bola de ferro no pé com a questão do orçamento, nós estaríamos bombando. Se tivéssemos operado para tirar o Roberto Campos Neto lá atrás, mas escolhemos que era melhor tentar fazer uma paz armada, e a taxa de juros continua altíssima".
Pomar também mencionou que o posicionamento dos indicados pelo presidente Lula no Banco Central contribuiu para a continuidade da política de juros altos. "Mesmo os indicados pelo Lula votam com os Campos Neto. O Galípolo diz que vai manter a taxa de juros alta, se for necessário. Mas só que não é necessário!".
Em sua conclusão, Valter Pomar destacou a importância das eleições municipais de 2024 no contexto político mais amplo. "Essa eleição de 2024 vai ter importância para cada um de nós e vai ter impacto na campanha de 2026, e desse ponto de vista, para o PT, vai ser importante o desempenho de 2024, isso vai ser importante para a composição do Congresso Nacional. Esse capítulo é um capítulo decisivo".