Segundo dados divulgados pelo IBGE, os serviços cresceram 1,7% em junho em comparação a maio, com destaque para o segmento de transportes. Esse resultado foi o maior desde 2022, superando a expectativa do mercado, que era de 0,8%.
Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos, avalia que o desempenho robusto dos serviços indica uma atividade econômica mais forte do que o previsto para o período. Sousa afirma que "ainda que sem posse dos resultados das vendas no varejo de junho, já revisamos nossa perspectiva de PIB de 2,1% para 2,3%”. Igor Cadilhac, economista do PicPay, disse que a companhia espera os resultados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) para reavaliar sua previsão para o PIB (Produto Interno Bruto), mas admite que pode revisar diante do bom desempenho econômico recente.
Ainda segundo a reportagem, o Bradesco destaca em seu relatório que o crescimento da receita de serviços em junho sugere um PIB em ritmo semelhante ao do primeiro trimestre do ano. A instituição revisou sua projeção de crescimento econômico para 2,3%, com viés de alta, e observa que a Pesquisa Empresarial realizada pelo banco "sugere que a economia mantém esse dinamismo nos primeiros números referentes ao terceiro trimestre".
Stéfano Pacini, economista do FGV Ibre, chama atenção para a melhoria difundida por todos os segmentos do setor de serviços em junho, o que ele considera como um dos motivos para o resultado ter superado as expectativas de mercado. "Essa melhora difusa pode explicar o resultado ter vindo tão acima da projeção. Quando a gente olha o passado da série, são variações muito pequenas. Se a gente olhar a série em médias móveis trimestrais, há uma alta de 0,9%. Mantendo-se esses bons resultados de emprego, de renda, uma inflação de certa forma controlada, podemos esperar uma melhora no segundo semestre".