O ouro conquistado por Rebeca Andrade no solo da ginástica artística, nas Olimpíadas 2024, é histórico para o Brasil. Mas o pódio também tem importância em uma modalidade até pouco tempo dominada por brancos.
Em Paris, as três primeiras colocadas eram negras, pela primeira vez no esporte, em uma olimpíada. As norte-americanas Simone Biles e Jordan Chiles foram prata e bronze, respectivamente.
No Mundial de Antuérpia, na Bélgica, a disputa no individual geral teve até duas personagens que fizeram história também em Paris: Biles ficou em primeiro, com Rebeca em segundo e a norte-americana Shilese Jones em terceiro.
“É muito importante porque sei o quanto representamos para tantas crianças, adolescentes, mulheres e homens pretos”, afirmou Rebeca à época.
E ela lembrou de Daiane dos Santos, a primeira negra a ser campeã mundial na ginástica, em 2003.
“Foi muito importante para mim, pois era uma das únicas pessoas com as quais eu me identificava ali, apesar de admirar todas as meninas”, continuou a brasileira.
“Sou uma mulher preta e tenho muito orgulho. Eu amo minha cor de pele e sou linda, sou maravilhosa. Minha mãe me ensinou sempre a me amar, e me acha maravilhosa também”, já havia discursado Rebeca nos Jogos Pan-Americanos de Santiago, no Chile, meses antes.
Elas continuam uma história também recente, de Gabrielle Douglas. A norte-americana foi a primeira negra a conquistar uma medalha em uma olimpíada. Aconteceu por equipe e no individual geral nos Jogos de Londres, em 2012.