Randolfe expôs sua indignação com o nível de apropriação do estado brasileiro para fins privados, algo que, segundo ele, não se viu nem durante a ditadura militar. "Eles se apropriaram do estado brasileiro para fins privados. Nem na ditadura se chegou a tanto. Lembra a Alemanha nazista", declarou o senador, comparando a atuação do grupo a uma "Gestapo moderna". Ele descreveu a organização como composta por "um grupo de capangas, a mando do chefe de uma organização criminosa, que se apoderou da estrutura do estado para perseguir seus adversários políticos".
Operação Última Milha: Ações e Desdobramentos
A entrevista ocorre no contexto da quarta fase da Operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal (PF) na mesma quinta-feira. A operação visa desarticular uma organização criminosa envolvida em monitoramento ilegal de autoridades e na produção de notícias falsas contra críticos e opositores do governo Bolsonaro. Documentos que fundamentaram a operação revelam que os agentes envolvidos falavam em "explodir" adversários políticos.
Cinco mandados de prisão preventiva e sete de busca e apreensão foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os alvos de vigilância ilegal estavam o ex-presidente da Câmara, Rodrigo Maia, além de escritórios de advocacia, deputados, senadores e outros adversários políticos. Segundo nota da PF, "membros dos três poderes e jornalistas foram alvos de ações do grupo, incluindo a criação de perfis falsos e a divulgação de informações sabidamente falsas". A organização criminosa também acessou ilegalmente computadores e infraestruturas de telecomunicações para monitorar pessoas e agentes públicos.
Declarações Fortes e Expectativas para a Investigação
Randolfe Rodrigues mostrou confiança no trabalho da PF, afirmando que a instituição atua como um órgão do estado. "Tenho confiança na investigação. A PF neste caso atua como instituição do estado. Seja quem for, esteja onde estiver, será responsabilizado", afirmou.