"A quadrilha bolsonarista poderia ter assassinado o ministro do STF", declarou Horta, ressaltando a gravidade do escândalo da Abin paralela, que veio à tona com a quarta fase da Operação Última Milha. Esta operação, deflagrada pela Polícia Federal (PF), tem como objetivo apurar um esquema de monitoramento ilegal de opositores e críticos do governo Bolsonaro, realizado por meio de uma Agência Brasileira de Inteligência (Abin) paralela.
A investigação revelou que os envolvidos não apenas sugeriram ações violentas contra Alexandre de Moraes, mas também discutiram explicitamente um plano para assassiná-lo. "Se o presidente Lula não tivesse vencido as eleições, Alexandre de Moraes não estaria vivo hoje", afirmou Horta, mencionando que os militares envolvidos no esquema são "crias da ditadura", formados durante a Guerra Fria.
De acordo com o relatório da PF, mensagens trocadas em agosto de 2021, descobertas durante a investigação de um ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), indicaram que um dos investigados sugeriu que o ministro "merecia algo a mais", ao que outro respondeu mencionando o calibre de munição "7.62" e acrescentou: "head shot" (tiro na cabeça).
Além das ameaças de violência, os investigados discutiram alternativas como a abertura de um processo de impeachment contra Alexandre de Moraes e a produção de um dossiê contra ele. A PF informou que os envolvidos poderão responder por crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, interceptação clandestina de comunicações e invasão de dispositivo informático.
Horta destacou a importância de uma resposta firme e conjunta do STF. "O STF deve dar uma resposta em conjunto", enfatizou. Ele também mencionou que Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e investigado na operação, "não pode continuar solto".
O esquema ilegal de monitoramento não se limitou ao STF, abrangendo também figuras do Poder Legislativo, Executivo e até jornalistas. Entre os alvos estavam ministros do STF como Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, políticos como o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e jornalistas como Monica Bergamo e Vera Magalhães.