"Nenhum cidadão brasileiro está em segurança enquanto a gangue de bolsonaro seguir impune. A liberdade deles ameaça o Brasil", escreveu o jornalista em seu Twitter. A afirmação vem em meio à crescente indignação pública com as revelações da Polícia Federal (PF) sobre o uso ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
A recente fase da Operação Última Milha trouxe à tona um áudio comprometedor que envolve Jair Bolsonaro, o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem. A gravação tratava do uso ilegal da Abin para monitorar três auditores da Receita Federal.
Esses auditores haviam elaborado um relatório fiscal que fundamentou a investigação sobre o esquema de "rachadinha" envolvendo o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) durante seu mandato como deputado estadual. A investigação, que foi anulada em 2021, envolveu a espionagem de auditores e a tentativa de remover esses servidores de seus cargos.
De acordo com a Polícia Federal, Alexandre Ramagem sugeriu a instauração de procedimentos administrativos contra os auditores para anular a investigação e afastá-los de suas funções. Essa conversa, conforme relatado, demonstra a existência de uma Abin paralela operando para proteger interesses políticos e pessoais da família Bolsonaro. As ações discutidas no áudio se concretizaram, provando a utilização da estrutura da Abin para fins ilícitos.
Além disso, a PF revelou que a estrutura da Abin foi usada para espionar outras figuras públicas e autoridades. Agentes monitoraram diversos jornalistas, deputados, senadores e ministros do STF. A espionagem foi feita com ferramentas avançadas adquiridas pela Abin, como o programa First Mile, desenvolvido por uma empresa israelense, que permitia monitorar dispositivos móveis sem a ciência das operadoras de telefonia e sem autorização judicial.
A decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes detalha como recursos da Abin foram usados para monitorar autoridades dos Poderes Judiciário e Legislativo, além de disseminar desinformação nas redes sociais, num esquema conhecido como "gabinete do ódio". Moraes destacou que as investigações confirmaram o uso da Abin para fins políticos, desviando a finalidade das operações de inteligência.
Até o momento, a recente fase da Operação First Mile resultou na detenção de cinco pessoas. As acusações incluem pertencimento a organização criminosa, invasão de dispositivo informático alheio, interceptação clandestina de comunicações e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.