O governo federal lançou uma campanha na TV divulgando o que tem sido feito para combater os impactos das enchentes no Rio Grande do Sul e pedindo atenção em relação às fake news que têm sido divulgadas sobre a tragédia no estado.
Uma peça já foi veiculada neste domingo (12) no intervalo do programa Fantástico, da Rede Globo. Em suas redes sociais, o presidente Lula também divulgou o vídeo que faz parte da campanha.
A onda de desinformação tem preocupado o governo federal, já que atrapalha as ações promovidas pelo poder público e mesmo a cobertura jornalística, com registro de hostilidades feitas contra profissionais da imprensa.
Uma pesquisa feita pela Quaest, realizada entre 2 e 6 de maio, revelou que 31% dos brasileiros receberam fake news sobre a tragédia climática no Rio Grande do Sul, em especial por meio do Whatsapp. No entanto, aqueles que responderam "sim" à pergunta são os que conseguiram identificar o conteúdo falso, ou seja, o alcance da desinformação é muito maior.
Fake news e indignação
Em artigo publicado neste domingo, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, expressou sua indignação com os propagadores de notícias falsas.
"É difícil de entender que em um momento de tamanha fragilidade, pessoas se escondam em suas telas produzindo conteúdos que sabem ser mentirosos para que tenham algum tipo de ganho político ou econômico. Por isso me indigno. Por isso, durante a reunião da Sala de Situação, falei que deviam prender quem tem propositalmente produzido essas mentiras de forma estratégica para desinformar as pessoas, por isso oficiei a Advocacia Geral da União e a Polícia Federal para que investiguem essas pessoas como criminosos", pontuou.
Em evento realizado na sexta-feira (10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes defendeu que seja realizado um trabalho de moderação nas redes sociais contra as fake news, para que o ambiente digital não "seja regido pela lei da selva".
"Isso [fake news] enfatiza a necessidade de termos alguma disciplina nas redes para que não seja essa terra de ninguém", disse o ministro. "No momento em que toda a nação dá um exemplo de grande solidariedade, como estamos vendo no Brasil afora, alguns se prestam a fazer essas distorções. É algo doentio que precisa ser corrigido."