Após os fortes temporais no Rio Grande do Sul, mais de 500 mil pessoas estão sem água e quase 300 mil enfrentam falta de energia elétrica. De acordo com um boletim divulgado na manhã desta quinta-feira (2), pelo menos 543.753 clientes da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) estão sem abastecimento de água, representando 17% do total de clientes da companhia.
O fornecimento de energia elétrica também foi severamente afetado. A RGE Sul relatou que 259 mil imóveis, cerca de 83% de seus clientes, estão sem energia elétrica. Além disso, 33.305 clientes da CEE Equatorial (1,85%) também estão sem energia. O impacto se estende a serviços de comunicação, com 86 municípios sem serviço de telefonia e internet da operadora Tim, 52 da Vivo e 42 da Claro.
Devido aos riscos causados pelos temporais, o governo do Rio Grande do Sul pediu aos moradores do Vale do Taquari que deixem as áreas de risco e procurem abrigos públicos ou outros locais seguros. As cidades de Estrela e Lajeado relataram que o nível do rio Taquari ultrapassou 30 metros, um recorde que supera enchentes históricas, como as de 2023 e 1941.
O governo estadual decretou estado de calamidade pública, estabelecendo que órgãos públicos prestem apoio às áreas afetadas, em coordenação com a Defesa Civil.
Os temporais causaram destruição de moradias, estradas e pontes, interrompendo serviços essenciais. As aulas nas escolas estaduais foram suspensas nesta quinta e sexta-feira (3) para garantir a segurança de alunos e funcionários.
O volume dos rios Jacuí, Pardo, Taquari e Caí aumentou significativamente devido às chuvas, e há temores de inundações nas regiões norte e nordeste do estado nos próximos dias. Barragens estão sendo monitoradas de perto e os planos de emergência foram ativados para responder a qualquer crise decorrente das chuvas contínuas.
Lula acompanhará a situação de perto
Em decorrência da situação, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi ao Rio Grande do Sul nesta quinta. Na última quarta-feira (1), o atual chefe de Estado brasileiro havia conversado com o governador Eduardo Leite (PSDB) e disse que iria pessoalmente para verificar “a situação e o trabalho conjunto dos ministros com o governo federal”.
Junto com eles, estará uma comitiva de ministros, formada por: Paulo Pimenta, da Secretária de Comunicação da Presidência (Secom), Waldez Goes, da Integração Regional, Rui Costa, da Casa Civíl e Renan Filho, dos Transportes.
Leite, no X, antigo Twitter, também já havia comentado sobre a situação, afirmando que o caso se trata de “o maior desastre do estado”, comparando a situação com as tragédias ocorridas em 2023, que resultaram na morte de dezenas de pessoas.
“Nós não teremos capacidade de fazer todos os resgates, porque está muito mais disperso nesse evento climático que a gente está vivenciando. E com dificuldades, porque ali as chuvas não cessam. O estado tem tido dificuldades para acessar as localidades”, disse.