O general Walter Braga Netto, um dos mais estrelados e destacados bolsonaristas durante o último governo federal e candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro (PL) na eleição em que foram derrotados por Lula (PT), em 2022, condecorou com a Medalha do Pacificador, uma das mais altas honrarias do Exército Brasileiro, o delegado Rivaldo Barbosa, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, acusado de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido em 2018. A informação da Agência Pública, assinada por Cleber Lourenço.
A homenagem a Rivaldo foi eita nos três meses após o crime que teve repercussão mundial, ocasião em que Braga Netto estava na ativa e era o chefe do Comando Militar do Leste. Na portaria do Diário Oficial em que consta o ato de condecoração do delegado aparece ainda uma assinatura do também general Eduardo Villas Bôas, outro bolsonarista convicto e considerado por muitos o “mentor intelectual” do movimento golpista liderado pelo ex-presidente, que à época era comandante do Exército.
O relatório final da Polícia Federal sobre as investigações dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, enviado à Justiça e à Procuradoria-Geral da República mostra que o delegado acusado de ser um dos três mandantes do crime, Rivaldo Barbosa, foi “bancado” para o cargo de Chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro por um general do Exército, Richard Nunes, ligado a Walter Braga Netto, que à época do crime, no início de 2018, era o interventor federal no Rio. Já havia relatórios da Subsecretaria de Inteligência da Secretaria de Segurança do estado mostrando que Rivaldo era corrupto e envolvido com milícias, que foram simplesmente ignorados.