Investigadores da Polícia Federal (PF) avançaram na identificação dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes, ocorrido em março de 2018. Embora as investigações estivessem em andamento, a delação de Ronnie Lessa foi considerada essencial para a operação desencadeada recentemente.
A delação de Lessa foi homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na semana anterior à operação. Ele afirmou aos policiais que o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, elaborou minuciosamente o plano para a morte da vereadora, assegurando que os executores não seriam capturados. Com informações do Correio Braziliense.
Rivaldo na Polícia Civil
Rivaldo Barbosa assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes do assassinato de Marielle, sendo nomeado pelo então interventor federal do Rio, general Braga Netto. A operação, com apoio da Procuradoria-Geral da República e do Ministério Público do Rio, foi coordenada pela PF e teve autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
Ronnie Lessa, ex-policial militar. (Foto: Reprodução)
Possíveis motivaçõesOs investigadores apontam que a motivação para o crime pode estar relacionada ao conflito da ex-vereadora com a milícia ligada ao clã Brazão, alvos da operação. Além de Rivaldo Barbosa, foram presos Domingos Brazão, conselheiro do TCE-RJ, e Chiquinho Brazão, deputado federal, todos suspeitos de envolvimento no caso.
Família Brazão
O clã Brazão tem influência em Jacarepaguá, zona oeste do Rio, área dominada por grupos paramilitares. Domingos Brazão já foi mencionado na CPI das Milícias em 2008. A PF, embora considere outras possibilidades, concentra-se principalmente em questões territoriais e fundiárias, tendo chegado aos suspeitos após a homologação da delação de Lessa e a coleta de provas.