"Foram manipulados e arremessados na política, por más lideranças, fizeram um papelão no TSE. Convidados para ajudar na segurança e para dar transparência, foram induzidos por uma má liderança a ficarem levantando suspeitas falsas", disse o ministro durante um evento promovido pela Faculdade de Direito da PUC-SP e Centro Acadêmico 22 de Agosto, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo. Apesar da afirmação, Barroso evitou citar diretamente o nome de Jair Bolsonaro (PL) como o responsável pela politização das Forças Armadas.
Ainda segundo ele, a politização das Forças Armadas foi "uma das coisas mais dramáticas para a democracia". Ele ainda falou sobre o suposto planejamento de um golpe de Estado por parte de Bolsonaro, assessores, ministros e militares que integraram o seu governo. “As investigações vão revelando que tivemos mais próximo do que pensávamos do impensável. Nós achávamos que já havíamos percorrido todos os ciclos do atraso institucional para termos que nos preocuparmos com a ameaça de golpe de estado", disse.
Nesta linha, Barroso listou o uso dos serviços de inteligência para perseguir adversários, incentivo aos acampamentos golpistas, desfile de tanques na Praça dos Três Poderes e ataques à imprensa, como uma articulação visando um golpe. "[Isso acabou] culminando no 8 de Janeiro, que não foi um processo espontâneo, foi uma articulação", afirmou.