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O que se sabe sobre o depoimento do general Freire Gomes à Polícia Federal

O militar que comandou o Exército em 2022 falou por mais 7 horas aos agentes que investigam trama golpista de Bolsonaro e seus aliados civis e militares

Publicada em 03/03/24 às 16:11h - 12 visualizações

Revista Fórum


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O que se sabe sobre o depoimento do general Freire Gomes à Polícia Federal
 (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

O general Freire Gomes, que comandou o Exército em 2022, prestou seu depoimento à Polícia Federal na última sexta-feira (1) no âmbito da Operação Tempus Veritatis, que investiga a trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados civis e militares. A principal suspeita é de que tenham conspirado para impedir a posse de Lula (PT) em primeiro de janeiro de 2023.

O militar falou por mais de 7 horas aos investigadores e segundo informações divulgadas pela Globo neste sábado (2), ele respondeu a todas as questões. Mas a PF pretende manter o conteúdo em sigilo e ainda não se sabe exatamente quais foram essas respostas. Ele foi ouvido na condição de testemunha, impedido de mentir para se proteger mas com a possibilidade de guardar silêncio, o que não aconteceu.

De acordo com apuração da CNN Brasil, Freire Gomes teria confirmado a ocorrência das reuniões em que se debateu o conteúdo da “minuta do golpe”. E além das reuniões já expostas por Mauro Cid, ainda teria havido um encontro entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas, logo após as eleições de 2022, durante a transição.

De acordo com a PF, Freire Gomes teria tido um importante na não concretização dos planos golpistas, ao recusar colocar suas tropas à serviço da trama. No entanto, os investigadores querem saber a razão pela qual ele não denunciou a conspiração.

A Operação Tempus Veritatis, que já ouviu importantes figuras relacionadas ao episódio. Na última semana o próprio Jair Bolsonaro foi “ouvido”. O ex-presidente inelegível guardou silêncio diante dos federais. Também foram ouvidos pela operação o general Walter Braga Netto, candidato à vice-presidência em 2022; Valdemar Costa Neto, presidente do PL; o almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha; e o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, entre outros nomes.

A operação foi deflagrada em 8 de fevereiro e usa como base, entre outras, a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid. De acordo com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Freire Gomes participou das reuniões que debateram minuta golpista e irritou Braga Netto por não aderir ao projeto. A indisposição foi tanta, que em mensagem a outro oficial interceptada pela investigação, Braga Netto chegou a xingar Freire Gomes de "cagão". O almirante Garnier, por sua vez, teria colocado suas tropas a disposição da intentona golpista.

Mas apesar do papel positivo, Freire Gomes também precisa se explicar sobre alguns detalhes que depõem contra ele. Pesam acusações relacionadas ao acampamento bolsonarista armado diante do Quartel-General do Exército em Brasília. Aparentemente ele explicou a razão pela qual não desmobilizou os bolsonaristas acampados antes de 9 de janeiro de 2023.

Em conversa com Paulo Cappelli [interventor do Ministério da Justiça na Segurança Pública do DF], na noite de 8 de janeiro de 2023, Freire Gomes teria se recusado a desmobilizar o acampamento naquele exato momento, e negociou uma saída para a manhã do dia seguinte. Imagens desse momento viralizaram com as tropas do Exército em formação que sugeria a proteção aos acampados e a confrontação em relação às polícias que acompanhavam o interventor.

No final das contas, Lula concordou com o general e autorizou o desmonte do acampamento na manhã seguinte, em 9 de janeiro, que culminou na prisão dos seus ocupantes. Clique aqui e saiba mais sobre o papel de Freire Gomes.




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