"Por muitos anos, acreditávamos que nossas relações deveriam ser apenas com os países que nos colonizaram ou os países ricos. Por muito tempo, o Brasil se virou de costas para outras regiões, como o Caribe, a América Latina e a África", afirmou o presidente.
"Tomamos a decisão de priorizar nossas relações com essas regiões. [Mas] nossas semelhanças nos ajudam muito mais do que a ajuda dos nossos colonizadores", acrescentou. Lula também expressou pesar pelo fracasso em consolidar uma relação forte com o Caribe, mencionando questões prementes como insegurança alimentar e a crise climática enfrentadas pela região.
O presidente brasileiro criticou a falta de compromisso dos países ricos em transferir recursos para o Sul Global para enfrentar a crise climática, bem como os gastos excessivos em armamentos militares, que resultam na perda de vidas inocentes. Além disso, referiu-se aos impactos dos conflitos recentes, como a guerra na Ucrânia e o genocídio promovido por Israel contra a população palestina na Faixa de Gaza. "Continuaremos a lutar pela paz mundial", afirmou.
"Há muitas oportunidades para inserir produtos brasileiros no Caribe, queremos restaurar nossas missões diplomáticas no Caribe e precisamos expandir nossa visão e conquistar um espaço maior no mundo", destacou Lula.
O presidente também defendeu uma reforma nas instituições globais de poder, destacando a necessidade de maior representatividade para os países em desenvolvimento, e expressou urgência na resposta à situação no Haiti: "Temos que manter nossa autonomia em meio a disputas geopolíticas. Temos que manter a paz na nossa região".