O comandante da Aeronáutica, Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno, afirmou que qualquer militar suspeito de participar do movimento golpista com o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro será punido. Ele defende uma “investigação completa” sobre o caso e diz que não sabia de qualquer envolvimento de membros da Força com o plano de golpe de Estado ou com o ataque terrorista de 8 de janeiro.
“O Comando da Aeronáutica coaduna com a necessidade de uma investigação completa, garantindo a ampla defesa e o contraditório a todos os envolvidos, seguindo o necessário rito processual previsto no ordenamento jurídico vigente. Qualquer coisa que fira nossos diplomas disciplinares será punida”, afirmou em entrevista ao jornal O Globo.
O chefe da Aeronáutica também afirma que “não se falava de política” na mesa do Alto Comando da Força e que não recebeu “informação nenhuma a respeito” da reunião golpista de julho de 2022, comandada pelo ex-presidente.
“A nossa posição foi de isenção em relação ao governo Bolsonaro. Tivemos uma visão de Estado e devemos isso às posições de nossos ex-comandantes. Mas não dá para fugir da relação com o governo”, prosseguiu.
Comandante da Aeronáutica diz que não recebeu “informação nenhuma” sobre a reunião golpista de julho de 2022. Foto: Reprodução
Questionado se existe alguma “desconfiança” na cúpula da Aeronáutica, Marcelo Damasceno diz que não teve que “tomar medida disciplinar por conta do momento político” contra nenhum membro da Força até o momento.
“Não tive nenhum movimento dentro da Força em que tivesse que tomar medida disciplinar por conta do momento político. Não podemos nos envolver diretamente com a política, mas temos que apoiar a política do momento. Não podemos deixar de ser felizes por quatro anos, esperando que o candidato A ou B se reeleja ou se eleja. A nossa atividade independe de governo. Somos força de Estado”, completou.