Para membros da cúpula do governo do Rio de Janeiro, os ataques que deixaram ônibus queimados nesta segunda (23) foram uma tentativa de dispersar ações policiais e garantir a fuga do miliciano Luis Antônio da Silva Braga, o Zinho, tio do Faustão. Em rádio apreendido com o sobrinho, agentes ouviram um alerta para proteger o “01”.
Foram incendiados 35 ônibus, um trem e veículos de passeio após a morte de Faustão, apontado como número 2 na hierarquia da milícia de Zinho. Os ataques ocorreram em Santa Cruz e na Barra da Tijuca, bairros da zona oeste distantes cerca de 50km.
A cúpula de segurança do governo do Rio esperava uma reação, mas não na proporção tomada. O objetivo da operação era a prisão de Faustão e não se sabia da proximidade de Zinho no local.
Policiais afirmam que foi ouvido, por meio de rádio, que milicianos ofereceram R$ 500 para quem pudesse incendiar ônibus por toda a região. Foi solicitado que as ações fossem filmadas para que as quantias fossem recebidas.
A cúpula do governo ainda lembra que a morte de Wellington da Silva Braga, o Ecko, antigo líder da milícia, não gerou distúrbio semelhante. Por isso, autoridades acreditam que o objetivo de fato era permitir a fuga de Zinho.
Ecko foi morto em junho de 2021 após ser preso em casa e baleado pela segunda vez dentro da van da Polícia Civil. Segundo agentes envolvidos, ele tentou tirar o fuzil de um policial no veículo. Faustão foi morto nesta segunda em confronto com agentes da mesma corporação.