Os dados mostram que os brasileiros comprometeram em média 4,54% de sua renda anual com o pagamento de contas de luz, um valor que supera consideravelmente países europeus como Espanha (2,85%), Alemanha (1,72%) e Luxemburgo (0,35%) - este último apresentando o menor custo proporcional ao rendimento.
Além disso, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) está analisando quatro processos que podem levar a grandes aumentos nas contas de luz nos estados da região Norte e Nordeste. O Amapá lidera com um possível reajuste médio de 44,4%, que está atualmente em consulta pública. Processos de revisão também estão em andamento para distribuidoras no Piauí, Rondônia e Acre. A escassez de chuvas no Norte do Brasil pode afetar até mesmo aqueles que residem distante da região. Esse cenário, aliado à necessidade de atualização das leis do setor elétrico, indica um provável aumento nas contas de luz, conforme alertado pela Aneel.
A privatização da Eletrobrás durante o governo Bolsonaro é apontada como uma das principais causas do aumento nos preços mais recentemente. O então ocupante do Palácio do Planalto optou por privatizar a empresa no modelo "corporation". Mesmo com o governo detendo cerca de 40% das ações da empresa, a decisão de privatização, segundo especialistas e eletricitários, foi um fator preponderante para a alta nas contas de luz. O governo atual, sob a presidência de Lula, busca restaurar os direitos ao voto proporcional para tentar reverter a situação.
No Brasil, a alta nos custos de energia é reflexo da falta de
planejamento no setor. Um estudo recente da Serasa revelou que o país
enfrenta um recorde de inadimplência nas contas de serviços essenciais.
Notavelmente, 25% das dívidas pendentes estão relacionadas a despesas de
eletricidade, água, gás ou telefone. (Com informações da Folha de S. Paulo).