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Sócio de Eduardo Bolsonaro antecipou conversa golpista com cúpula militar revelada por Cid

Em publicação na rede X, antigo Twitter, em 20 de dezembro de 2022, Paulo Generoso afirma que Bolsonaro pediu às Forças Armadas apoio para barrar posse de Lula

Publicada em 21/09/23 às 14:26h - 14 visualizações

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Sócio de Eduardo Bolsonaro antecipou conversa golpista com cúpula militar revelada por Cid
 (Foto: Facebook / República de Curitiba)

Sócio de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) na Braz Global Holding, empresa criada em maio do ano passado em Arlington, no Texas, Paulo Generoso antecipou pela rede X (antigo Twitter) o encontro entre Jair Bolsonaro (PL) e a cúpula das Forças Armadas, revelado em delação premiada pelo tenente coronel Mauro Cid.

No encontro, Bolsonaro buscou apoio dos militares para um golpe de Estado, chegando a apresentar uma minuta que previa a prisão de adversários políticos.

Cid afirmou ainda que o então comandante da Marinha, o almirante Almir Garnier Santos, teria colocado as tropas à disposição de Bolsonaro para o golpe. No entanto, o Comando do Exército e o Alto Comando das Forças Armadas não teriam aderido às ideias golpistas.

Em sequência de tuites publicado no dia 20 de dezembro de 2022, Generoso confirma que "em reunião esta semana com o alto comando das Forças Armadas, Bolsonaro pediu apoio para barrar o avanço do judiciário sobre os outros poderes e pediu para que a posse de Lula fosse adiada por 6 meses, até que equipe de juristas fizesse uma investigação sobre favorecimento à (SIC) Lula".

Em seguida, o sócio de Eduardo Bolsonaro faz menção a uma resistência do então comandante do Exército, o general Marco Antônio Freire Gomes, que vinha sendo pressionado pela horda bolsonarista a apoiar a tentativa de golpe.

"Freire Gomes foi contra [o apoio ao golpe de Bolsonaro] e disse que não valia a pena ter 20 anos de problemas por 20 dias de glória e falou que não apoiaria ou atenderia o chamado do presidente para moderar a situação mesmo após Bolsonaro apresentar vários indícios de parcialidade em favor de Lula pelo TSE e STF", escreveu Generoso.

Criador do Movimento Repúbica de Curitiba, que surgiu em apoio à Lava Jato, Generoso divulgou mensagem durante todo o mês de dezembro de 2022 mensagens endereçadas a Freire Gomes, compartilhadas pela rede de ódio bolsonarista.

“General de Exército MARCO ANTÔNIO FREIRE GOMES, o Brasil pode contar com o senhor?”, publicou a página em 10 de dezembro. 

O sócio de Eduardo Bolsonaro esteve presente nos atos golpistas de 8 de Janeiro. Às 8h45, ele fez a seguinte postagem em seu twitter: “Primavera Verde Amarela. Saímos do QG rumo à Esplanada dos Ministérios. Não vamos desistir do Brasil”. Minutos depois, às 15h19, ele escreveu: “Palácio do Planalto invadido agora. É reintegração de posse que chama?”.

Generoso, que teve a conta no X suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), também foi um dos organizadores do movimento político do dia 7 de setembro de 2022. Ele compartilhou no dia uma foto em cima do carro de som ao lado do general Braga Netto.

Delgatti e Mauro Cid

Em depoimento à PF, replicado na CPMI dos Atos Golpistas, o hacker Walter Delgatti Neto afirmou que era contatado por um assessor do general Marco Antônio Freire Gomes, ex-comandante do Exército entre março e dezembro de 2022, que lhe pedia para autenticar conteúdos de vídeos que contestavam o resultado das urnas.

Freire Gomes ainda foi citado em um plano de golpe de Estado discutido em conversa de Ailton Barros, ex-major do Exército, com Mauro Cid. Áudios da conversa foram revelados em maio deste ano.

Nos arquivos, Ailton descreve o “conceito da operação”. No plano, deveria haver participação de Freire Gomes, ou de Bolsonaro, então presidente da República.

No dia 15 de dezembro, Ailton Barros diz a Mauro Cid: “É o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [então comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer”.

“Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil”, complementa.

Ele ressalta a necessidade de Gomes ou Bolsonaro realizarem o pronunciamento comentado no áudio, destacando “de preferência, o Freire Gomes. Aí, vai ser tudo dentro das quatro linhas”.

O ex-militar pontua que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, pela tarde, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos.




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