O pastor bolsonarista Osório José Lopes Júnior é um dos alvos de operação desencadeada na manhã desta quarta-feira (20) pela Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF) em investigação sobre um grupo que aplicou golpes em mais de 50 mil fiéis usando o nome de Paulo Guedes, ex-ministro da Economia de Jair Bolsonaro (PL).
Cego, o pastor goiano Osório Lopes Júnior seria o líder do grupo de 11 pastores que, de acordo com as investigações, usavam uma teoria conspiratória conhecida como "Nesara Gesara" para induzir fiéis que frequentava as igrejas a pensarem que eram "abençoados a receberem grandes quantias".
Os suspeitos usavam redes sociais para cometer os golpes. O objetivo era convencer as vítimas a investirem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias.
O pastor, então, dizia que os títulos oferecidos contariam com autorização do governo federal, por meio do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para serem pagos. Ele também usava logomarca do Banco do Brasil e do Banco Mundial em uma plataforma de investimento conduzida pelo grupo, para dar credibilidade ao negócio.
Segundo a investigação, o grupo movimentou R$ 156 milhões em 5 anos, além de criar 40 empresas "fantasmas" e movimentar mais de 800 contas bancárias suspeitas.
No total, estão sendo cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão no DF e quatro estados — Goiás, Mato Grosso, Paraná e São Paulo.
A operação desta manhã é coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária, vinculada ao Departamento de Combate a Corrupção e ao Crime Organizado (DOT/DECOR).
Além de aplicar golpes, Osório Lopes Júnior usou as redes sociais para fazer campanha para Bolsonaro. Em vídeo no seu canal no Youtube em 30 de outubro passado, ele pregou voto no ex-presidente fazendo o 22 com sinal de vitória nas duas mãos.