Ainda segundo Míriam Leitão, em um momento em que 735 milhões de pessoas sofrem com a fome, Lula pediu que essa realidade não seja considerada normal e destacou os gastos excessivos em armamento, incluindo US$ 881 bilhões em armas nucleares.
“Lula resgatou nesses discursos, posições tradicionais do Itamaraty. Só para lembrar essas raízes da diplomacia brasileira, em 1963, o embaixador João Augusto de Araújo Castro, fez um famoso pronunciamento na ONU lançando a ideia dos três D’s, em que ele criticou fortemente os países ricos e defendeu a Descolonização, o Desenvolvimento e o Desarmamento. O Brasil voltou, portanto, ao leito da sua política externa que ficou respeitada no mundo”, ressaltou a jornalista utilizando a frase de Lula que simboliza o retorno do Brasil ao cenário internacional.
A defesa de um lugar no Conselho de Segurança da ONU ganhou destaque,
especialmente com a ausência de quatro dos membros permanentes na
Assembleia Geral. "A defesa dessa cadeira apareceu não como um capricho
ou uma vontade do Brasil, mas uma necessidade de reforma da ONU para que
seja mais eficiente no combate a esses problemas globais e como
instância para dirimir conflitos. Lembrou que os países membros do
conselho de segurança estão travando guerras não autorizadas”,
ressaltou.
Para Mìriam Leitão, Lula - que sucedeu ao presidente de extrema direita Jair Bolsonaro (PL) - acertou no discurso ao afirmar que “esse é um fenômeno global. Ele avaliou que é o fim do neoliberalismo que está alimentando essa extrema direita e que "graças à democracia ele voltou ao governo e, portanto, a retornar àquela Assembleia”, finalizou. >>> "Neoliberalismo agravou a desigualdade e, em meio a seus escombros, surgem aventureiros de extrema direita", afirma Lula na ONU