Integrantes da cúpula do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, preveem que a delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid deve atingir diretamente não só o ex-capitão, mas seus familiares, em especial, o senador Flávio Bolsonaro.
Membros do partido afirmam ter recebido a informação de interlocutores do militar de que familiares do ex-mandatário teriam sido citados nos relatos feitos à Polícia Federal (PF). O acordo, no entanto, segue em sigilo. A informação foi divulgada pela colunista Bela Megale, do jornal O Globo.
Outros nomes que o PL pretende lançar nas eleições municipais do ano que vem também estão na mira de investigações. Um deles é o general Walter Braga Netto, que teve o seu sigilo telefônico quebrado pelos investigadores da PF, na Operação
Braga Netto é opção defendida por Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para disputar a prefeitura do Rio. Outra opção que chegou a ser avaliada foi o próprio Flávio, que acabou vetado pelo pai. Há o receio de que o filho “01” do ex-presidente não sobreviva politicamente à delação de Mauro Cid.
O militar é investigado em uma série de temas, entre eles, os casos das joias sauditas recebidas e vendidas ilegalmente pela gestão bolsonarista e da falsificação de cartões de vacinação contra a Covid-19 de Bolsonaro e seus familiares.
Na última segunda-feira (11), o advogado Cezar Bittencourt, que defende o tenente-coronel no inquérito das joias sauditas, disse que o ex-ajudante de ordens vai contar todos os fatos de Bolsonaro que lhe perguntarem.
Segundo Bittencourt, o militar tem “muito o que falar” e vai contar tudo que viveu com o ex-mandatário e os fatos do governo Bolsonaro. “É o compromisso dele com a delação homologada”, disse o advogado.