O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança
Pública, Ricardo Cappelli, destacou nesta quinta-feira (7) os prejuízos
da Operação Lava Jato quando o atual senador Sergio Moro (União
Brasil-PR) julgava os processos de primeira instância jurídica. O
dirigente fez o comentário após o parlamentar aproveitar este Sete de
Setembro para criticar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Em breve, o Brasil pode dar mais um passo rumo à independência plena
retirando da vida pública todos aqueles que sabotaram a pátria fazendo
emergir o fascismo, destruindo empresas e milhares de empregos", afirmou
Cappelli. Moro escreveu: "7 de setembro vazio, cheio de nada, sem povo
na rua, um reflexo do baixo nível de entusiasmo gerado pelo Governo Lula
na população brasileira. Serve para lembrar que precisamos retomar a
luta vibrante, mas pacífica pela independência".
As ilegalidades de Moro enquanto juiz da Lava Jato ficaram mais
evidentes a partir de 2019, quando começaram a ser publicados na
imprensa trechos de conversas dele com procuradores do Ministério
Público Federal (MPF-PR). De acordo com os diálogos, o então magistrado
interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas por
promotores para, em seguida, o responsável pelo julgamento decidir se
condena ou absolve a pessoa investigada.
Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a suspeição
de Moro nos processos contra o presidente Lula, que teve os direitos
políticos devolvidos. Em 2022, o atual senador foi derrotado no Tribunal
Regional Eleitoral (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral e, por consequência, decidiu ser candidato no Paraná.
Em 2023, grampos do empresário Tony Garcia confirmaram que ele foi uma espécie de
"agente infiltrado" da Lava Jato quando
Moro julgava os processos da operação em primeira instância jurídica. O
empresário denunciou algumas ilegalidades de Moro. Durante entrevista
ao
247 de 2 de junho, Garcia disse ter sido instruído na Lava Jato a dar uma entrevista à Veja e
fornecer à revista informações que pudessem comprometer a carreira do ex-ministro José Dirceu (PT).
O delator afirmou que, a mando de Sergio Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira".