Cezar Bitencourt, advogado do tenente-coronel Mauro Cid, afirmou que decidirá sobre uma delação de seu cliente na semana que vem. As informações são da coluna de Julia Duailibi, no G1. “Lá por terça-feira ou quarta irei avaliar essa possibilidade. A ideia, ao menos agora, não é propor a delação”, disse o advogado.
Entretanto, integrantes da Polícia Federal (PF) avaliaram que a postura de Cid nos últimos depoimentos está sendo a de quem vai colaborar com as investigações. Na última quinta-feira (31), o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) depôs por mais de nove horas na corporação e respondeu às perguntas dos investigadores.
Caso a defesa do militar de fato propuser uma delação, a PF terá de decidir se aceita ou não as condições. Para valer, a proposta tem de ser homologada pela Justiça, no caso o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes (relator do inquérito).
“A semana que vem irei avaliar as coisas e decidir se proporemos alguma coisa nesse sentido. Mas, por hora, não vislumbro essa possibilidade”, declarou o advogado de Cid.
Apesar da declaração do advogado, a expectativa dos integrantes da PF é a de que seja formalizada uma proposta por parte da defesa. Uma delação teria como objetivo conseguir algum benefício a Cid, que segue preso desde o dia 3 de maio, em razão da investigação sobre um suposto esquema de inserção de dados fraudulentos no sistema do Ministério da Saúde.
Além do tenente-coronel, seu pai, o general Lourena Cid, também é investigado no esquemas em que o filho também fazia parte. Sabe-se, no entanto, que a PF, para aceitar a delação, precisa ver alguma vantagem nas informações apresentadas. E, para isso, Cid teria de falar a verdade e evitar proteger qualquer um dos investigados, como Bolsonaro.