O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, se manifestou nesta quinta-feira (31) sobre a estratégia de Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados de ficarem em silêncio durante o depoimento simultâneo à Polícia Federal (PF) que estava marcado para hoje, no âmbito da investigação do caso das joias sauditas. Em entrevista ao programa Estúdio i, da GloboNews, Dino afirmou que o "silêncio é um direito" e que, agora, "caberá ao judiciário interpretar [a decisão dos investigados]".
Para o ministro, a postura da PF na condução de todo o processo evidencia que não há perseguição política nesta - e em nenhuma outra - investigação contra o ex-presidente e seu entorno. "Na medida em que tudo que é feito tem amparo na lei e em autorização judicial, fica evidente que não há nenhum caráter político. Pelo contrário, faço questão de frisar que a atitude da PF tem sido legal, marcada pela discrição e pela técnica. Agora, pessoas investigadas e contrariadas, claro que se consideram eventualmente injustiçadas. Mas tudo está feito de acordo com provas", declarou.
ZANIN - Além de abordar a questão de Bolsonaro, Dino também comentou as recentes críticas que o advogado Cristiano Zanin - novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) indicado pelo presidente Lula (PT) - vem recebendo, principalmente por ter votado contra a descriminalização do porte de maconha para uso pessoal e a favor do reconhecimento das Guardas Municipais como integrantes do Sistema de Segurança Pública (Susp).
Dino destacou que Zanin vem recebendo críticas injustas e afirmou que o advogado ainda fará um 'grande trabalho' no STF: "tem aspectos que ele votou com os quais eu não concordo, há outros que eu acho que a crítica está injusta. Por exemplo, o das guardas municipais. Ele diz o que está na lei, que as guardas municipais integram o sistema de segurança pública. E foi criticado por isso. Então acho que é cedo, há uma incompreensão política e acho que ministro Zanin vai fazer um grande trabalho. Eu acredito e confio nisso".