Após dois anos de arrocho salarial, há boas notícias no horizonte para os trabalhadores brasileiros. Em 2023, a economia nacional está projetada para dar um suspiro de alívio, com uma previsão de aumento de 3,9% nos salários, de acordo com a consultoria Tendências. Esse aumento sinaliza uma recuperação essencial após as dificuldades provocadas pela pandemia de COVID-19, que resultaram em quedas de 7% e 1% nos salários em 2021 e 2022, respectivamente, segundo aponta reportagem dos jornalistas Luiz Guilherme Gerbelli e Renée Pereira no Estado de S. Paulo.
A melhora nos salários não é uma tendência isolada, pois praticamente todos os estados do país estão observando essa recuperação. No segundo trimestre deste ano, 24 estados e o Distrito Federal registraram melhorias nos salários em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com a análise da Tendências. A exceção foi o Acre, que viu uma pequena queda, enquanto o Rio Grande do Norte permaneceu estável.
Vale ressaltar que essas projeções são baseadas no rendimento médio real habitual no trabalho principal, sem levar em consideração transferências de programas sociais, benefícios previdenciários e outras fontes de renda. No entanto, esses programas têm um impacto indireto nos salários. Estados nas regiões Nordeste e Centro-Oeste se destacaram, com o Piauí liderando com um aumento de 21%, seguido por Goiás com 15% e Pernambuco com 14%.
Apesar destes desenvolvimentos positivos, é importante notar que a recuperação salarial não é uniforme em todo o país. O Nordeste ainda enfrenta um desafio, com os salários médios mantendo-se 1,5% abaixo dos níveis pré-pandêmicos. Enquanto isso, o salário médio no Centro-Oeste é consideravelmente mais alto. Ainda assim, a perspectiva geral é de melhoria para os trabalhadores, impulsionada pela menor inflação e um aumento na criação de empregos formais. Além disso, a política de valorização do salário mínimo também desempenha um papel crucial nesse cenário, fornecendo um referencial positivo para o mercado de trabalho no Brasil.