O depoimento de Walter Delgatti, o "hacker de Araraquara", à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas, na última quinta-feira (17), caiu como uma bomba no Congresso Nacional e nas mãos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Ao longo de seu depoimento, Walter Delgatti revelou que agiu sob o comando da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do ex-presidente Bolsonaro, os quais, segundo o hacker, pretendiam invadir o sistema das urnas eletrônicas e usar isso na campanha eleitoral.
No novo depoimento à PF, Walter Delgatti fez uma nova revelação que pode comprometer ainda mais a vida de Bolsonaro e seus aliados nas Forças Armadas. O hacker afirmou que entrava no Ministério da Defesa para discutir sobre as urnas eletrônicas pelas portas dos fundos.
"A ideia inicial era que eu inspecionasse o código-fonte, mas eles explicaram que o código-fonte ficava somente no TSE e apenas servidores do Ministério da Defesa teriam acesso a esse código. Então, eles iam até o TSE e me repassavam o que viam, porque não tinham acesso à internet, não podiam levar uma parte do código; eles acabavam decorando um pedaço do código e me repassavam", relatou Delgatti.