A cidadania honorária concedida a Bolsonaro pela cidade de seus antepassados não garante a ele qualquer direito de residência ou proteção na Itália. No entanto, surgiram preocupações de que essa iniciativa pudesse facilitar um eventual pedido de cidadania estrangeira. Angelo Bonelli, deputado do partido Europa Verde, foi enfático sobre a posição da Itália em relação a Bolsonaro: “absolutamente não. A Itália se tornaria responsável por uma piora nas relações com o Brasil com uma pessoa que favorece uma tentativa de golpe. Acho que a população italiana não gostaria disso, mas é a minha avaliação. Como a Itália pode conceder cidadania a alguém acusado de crimes graves no Brasil?” Bonelli, no ano passado, apresentou um questionamento oficial sobre a possível concessão de cidadania a Bolsonaro.
Fabio Porta, deputado do Partido Democrático na Circunscrição Eleitoral da América do Sul, explicou que até o momento não há “novidades sobre um possível pedido de cidadania italiana feita por Bolsonaro, mas somente pelos filhos”. Ele também enfatizou que a cidadania não serviria como um escudo de proteção: “no caso de uma possível fuga dele para a Itália, o Brasil poderia sempre pedir a extradição. Não é que a cidadania lhe conceda proteção para tudo.” Uma fonte do Ministério da Justiça italiana destacou que, mesmo com a cidadania honorária, “Bolsonaro poderá ser preso e extraditado ao Brasil.”