A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, pediu a apreensão do passaporte de Jair Bolsonaro. Ela diz que o ex-presidente “vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele” e elogiou os trabalhos da Polícia Federal e da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de Janeiro.
“Graças ao trabalho da operação da Polícia Federal e dos depoimentos dados na CPI dos Atos Golpistas desta semana, podemos dizer que o cerco se fechou contra o ex-presidente da República. Ali está claro que ele está apontado como autor, como mandante da tentativa de fraude às urnas eletrônicas e da tentativa de fraude à decisão sempre legítima do povo brasileiro escolher seu sucessor. Ali estava a tentativa de violar, de atentar com a democracia brasileira”, afirmou a ministra.
O discurso ocorreu na cerimônia de posse do economista Marcio Pochmann como presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão vinculado à pasta de Tebet. Durante a fala, ela ainda citou o ex-deputado Ulysses Guimarães: “Traidor da Constituição é traidor da pátria, temos ódio e nojo”.
Tebet ainda pediu o “rigor da lei” a Bolsonaro e finalizou: “Que busquem o mais rápido possível apreender o passaporte, porque quem fugiu para não passar a faixa para um presidente que foi legitimamente eleito pelo povo com certeza vai querer abandonar o Brasil para poder salvar a própria pele”.
A Polícia Federal tem avançado nas investigações sobre o suposto esquema de venda de presentes oficiais recebidos por Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta quinta (17) a quebra de sigilo do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle a pedido da corporação.
Também ontem, a CPMI ouviu o hacker Walter Delgatti Neto, que disse que o ex-presidente pediu invasão das urnas eletrônicas, prometeu indulto em troca do crime e encaminhou hacker ao Ministério da Defesa.