O famoso Departamento Federal de Investigação dos EUA, o FBI (Federal Bureau of Investigation), já está recebendo todo o teor do inquérito que investiga o esquema de desvio e venda de joias, relógios e itens valiosos da Presidência da República, que teria sido realizado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados e amigos mais próximos, e deve investigar o antigo chefe de Estado e suas ações no território norte-americano. A informação é do jornalista César Tralli, da GloboNews.
“A Polícia Federal está compartilhando todo o teor desta investigação com o FBI, a polícia federal americana, portanto, Mauro Cid, general Cid, ex-presidente Bolsonaro muito provavelmente vão ser investigados lá também, por eventuais crimes financeiros, como lavagem de dinheiro, uso de conta bancária para ocultação de valores... O FBI deve ir atrás também das empresas, das lojas, de pessoas que compraram essas joias e relógios para saber se tinham conhecimento da ilicitude da origem de tudo isso. Então, tudo leva a crer, que a partir do compartilhamento desta investigação vai ter desdobramentos em cima de toda essa gente por parte da polícia federal americana. É o FBI em ação lá na Flórida”, disse Tralli durante o Edição das 18h, da GloboNews.
Fartas provas
O Brasil chacoalhou nesta sexta-feira (11) com a Operação Lucas 12:2, realizada pela Polícia Federal com mandados expedidos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. Os alvos, todos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), são suspeitos de terem se apossado de bens valiosíssimos do Estado brasileiro, dados por autoridades estrangeiras, que estariam sendo vendidos no exterior para que o dinheiro fosse entregue ao ex-ocupante do Palácio do Planalto.
Os federais o acusam explicitamente nos autos de fazer parte e ser o principal beneficiário de uma organização criminosa que desviava objetos valiosíssimos da Presidência da República, que eram contrabandeados para o exterior, para então serem vendidos e os valores repassados em espécie ao político de extrema direita habituado a um discurso duro anticorrupção e moralista. A ida dele para os EUA, em 30 de dezembro de 2022, ainda no cargo, teria sido para utilizar o avião presidencial no esquema, apontam os documentos do inquérito.