A Polícia Rodoviária Federal (PRF) contestou dados apresentados por Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da corporação, à CPMI dos Atos Golpistas de 8 de janeiro sobre as blitzes realizadas no segundo turno das eleições do ano passado. A informação é do jornal O Globo.
Em depoimento na terça-feira (20), Vasques afirmou que a PRF recolheu apenas cinco ônibus na região Nordeste em 30 de outubro de 2022. A corporação, entretanto, informou na última quinta-feira (22) que, na verdade, foram apreendidos nove ônibus na região.
A atual gestão da PRF compilou os números registrados na Operação das Eleições 2022 para enviá-los oficialmente à CPI. Segundo o levantamento da corporação, o Nordeste teve 322 ônibus fiscalizados com abordagem de agentes no dia do segundo turno, ou 46,6%, enquanto no Sudeste foram 79, ou 11,43%.
Silvinei, por sua vez, driblou esses dados durante o depoimento e citou a média de ônibus fiscalizados por pontos de controle. “Falou-se que a quantidade de veículos naquela região foi a mais fiscalizada. Também não é verdade. Nós tivemos, em média, no Nordeste, 26,5 veículos fiscalizados — de 26 a 27 veículos fiscalizados — por ponto de fiscalização. Então, o Nordeste ficou na quarta posição, juntamente com o Sul: 26 veículos fiscalizados por ponto”, afirmou na ocasião.
Na última quinta-feira (22), a relatora da comissão, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), adiantou que pedirá ao Ministério Público Federal (MPF) a abertura de uma notícia-crime contra Silveinei por falso testemunho. Vale destacar que os dados apresentados pelo ex-diretor foram repetidos pelos parlamentares bolsonaristas, que o defenderam na CPI.
Silveinei é investigado por suposto uso político da PRF para dificultar a locomoção de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) concentrados no Nordeste, reduto eleitoral do petista, na segunda etapa do último pleito.