O comando da Receita Federal recuou e decidiu exonerar definitivamente Julio César Vieira Gomes, auditor que chefiou o órgão durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro e atuou pessoalmente para tentar liberar joias sauditas. Sua demissão foi assinada pelo atual secretário do órgão, Robinson Barreirinhas.
Ele havia tentado pedir demissão da Receita em abril, em meio ao escândalo das joias, e chegou a ter a demissão publicada no Diário Oficial da União (DOU) à época. Horas depois, no entanto, ele revogou a medida e alegou que só poderia ser exonerado após a conclusão das investigações sobre sua atuação no caso.
Nesta quarta (14), a exoneração definitiva foi divulgada no DOU. A Receita não se manifestou sobre o caso.
Chefe do órgão na gestão Bolsonaro, ele assinou despacho que pedia a auditores no Aeroporto de Guarulhos (SP) que atendessem ao pedido de um assessor do ex-presidente para entregar o conjunto de joias apreendido.
Na ocasião, ele enviou um e-mail ao seu subordinado, o então superintendente do órgão em São Paulo José Roberto Mazarin, e escreveu: “Boa Tarde, Mazarin. Solicito Atender. Peço também encaminhar ao delegado ALF [alfândega] Guarulhos. Abraços”.
O pacote foi retido no aeroporto em outubro de 2021 após inspeção nas bagagens de um integrante da comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque. O grupo voltava de viagem à Arábia Saudita, onde o presente foi entregue.