O juiz Eduardo Fernando Appio, da 13.ª Vara Federal Criminal de Curitiba, rejeitou um pedido para afastá-lo dos processos da Operação Lava Jato. O juiz disse ser vítima de uma narrativa ‘leviana’ e sofre pressão para desistir do cargo.
Uma procuradora de Ponta Grossa, no interior do Paraná, entrou com uma petição de arguição de suspeição para trocar o juiz. A medida é usada quando há desconfiança de parcialidade.
Em decisão, Appio afirmou que as acusações contra ele não passam de “conjecturas, de caráter absolutamente genérico, desprovidas de qualquer lastro probatório”.
“Os argumentos lançados pela Procuradora da República de Ponta de Grossa não apresentam fatos específicos que permitam aferir a suposta suspeição deste Julgador para análise do feito em questão”, escreveu.
Na decisão, ele também diz que a procuradora ignorou as “regras mais comezinhas da urbanidade e civilidade entre as autoridades federais” e difamou a memória do pai dele. Appio é filho do ex-deputado federal Francisco Appio (PP-RS), morto em novembro do ano passado, vítima de um AVC.
“Tudo na finalidade de pressionar este Juízo Federal, afrontando os sagrados princípios constitucionais do juiz natural e todas as garantias de independência funcional dos juízes”, afirmou.
Eduardo Appio herdou os processos antigos da Lava Jato, ações penais oriundas do período em que a operação se multiplicou em 80 fases para prender doleiros, empreiteiros, lobistas e políticos.
Ele tem movimentado casos remanescentes e “resgatou” o caso de Tacla Duran, ex-operador financeiro da Odebrecht que afirma ter sido alvo de extorsão na operação.