A Operação Venire, da Polícia Federal (PF), que investiga suspeitas de fraude em dados do Ministério da Saúde em relação a vacinação contra a Covid-19 envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), terá uma frente nova e mais aprofundada sobre Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro.
De acordo com a PF, uma servidora disse em depoimento que era coagida a fornecer a senha para inserção de dados (adulteração) de carteiras de vacinação. Os malotes com as apreensões feitas no Rio chegam nesta quinta-feira (4) a Brasília para a análise dos investigadores.
A PF também afirmou que foram servidores da Prefeitura de Caxias que inseriram no Sistema Único de Saúde (SUS) os dados falsos de vacinação de Bolsonaro, de sua filha Laura, de 12 anos, de dois assessores e do deputado federal Gutemberg Reis (MDB).
Apesar do próprio ex-presidente reafirmar, na última quarta-feira (3), que ele e a filha não se vacinaram contra a Covid-19, no sistema da Rede Nacional de Dados em Saúde constam duas doses da Pfizer para cada.
Segundo os investigadores, os dados foram inseridos no ConecteSUS apenas em 21 de dezembro, pelo ex-secretário de Saúde na época e atual secretário municipal de Governo de Duque de Caxias, João Carlos de Sousa Brecha.
Já a exclusão dos dados, que aconteceu uma semana depois, no dia 27 de dezembro, foi feita pela chefe da Central de Vacinas de Caxias, Cláudia Helena Acosta Rodrigues da Silva, sob alegação de “erro”.