Investigações da Polícia Federal (PF) apontam que os dados do cartão de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de sua filha de 12 anos, Laura Bolsonaro, do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, sua esposa e filha foram forjados.
De acordo com a PF, a falsificação teria o objetivo de facilitar a entrada do ex-capitão, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF também investiga a situação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
O ex-presidente foi aos EUA em 30 de dezembro de 2022, às vésperas de deixar o governo, e voltou ao Brasil em 30 de março deste ano.
Entenda o esquema
A corporação informou que os suspeitos inseriram dados vacinais falsos sobre Covid-19 em dois sistemas exclusivos do Ministério da Saúde: o do Programa Nacional de Imunizações e da Rede Nacional de Dados em Saúde.
O objetivo era emitir certificados falsos de vacinação para pessoas que não tinham sido imunizadas e, dessa maneira, permitir acesso a locais onde a imunização é obrigatória.
“As inserções falsas, que ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, tiveram como consequência a alteração da verdade sobre fato juridicamente relevante, qual seja, a condição de imunizado contra a Covid-19 dos beneficiários. Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de covid-19”, informou a PF em comunicado.
A PF afirmou ainda que a inserção de informações falsas sobre a vacinação pretendia “manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19”.
Em tese, as condutas investigadas podem configurar, segundo informações da PF, crimes como infração de medida sanitária preventiva; associação criminosa; inserção de dados falsos em sistemas de informação; e corrupção de menores.
A investigação faz parte da operação
autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das
“milícias digitais” que já tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).