Primeiro convidado da nova temporada do Amarelas On Air, o ministro
Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reforçou as críticas
que fez recentemente ao ex-ministro Sergio Moro. O hoje senador pelo
Podemos não gostou nada das falas do ministro, apontando que “os
combatentes da corrupção gostam muito de dinheiro”. A frase, dita por
Gilmar Mendes ao jornalista Reinaldo Azevedo, era uma referência ao fato
de Moro ter trabalhado para a consultoria norte-americana
Alvarez&Marsal após deixar o governo do ex-presidente Jair
Bolsonaro.
Ao Amarelas On Air, Gilmar Mendes não só reforçou a
declaração, como incluiu nessa avaliação vários outros agentes ligados à
Operação Lava Jato. Citou nominalmente, por exemplo, o hoje deputado
Deltan Dallagnol, que idealizava a criação de uma fundação com o tema do
combate à corrupção, e o ex-procurador Marcello Miller, que deixou a
Lava Jato para trabalhar em um escritório de advocacia. “Adotando os
próprios critérios que o então juiz Sergio Moro adotava em Curitiba ,
qualquer presente, qualquer mensagem ou mesmo uma doação eleitoral não
declarada era tipificada como corrupção. Ele indicou a
Alvarez&Marsal para muitas empresas que estavam em dificuldade”,
disse Mendes. “Então, a mim cabe dizer: esses combatentes da corrupção
gostam muito de dinheiro. E isso parece ser um espécime também que nós
produzimos. Como o Dallagnol, fazendo esta tal fundação de combate à
corrupção, em que ele seria diretor e ganharia por palestra. Isso está
dito na Vaza Jato. ‘Nós vamos nos remunerar bem.’ Ou seja, tudo errado”,
afirmou Mendes. Quando tomou conhecimento das primeiras declarações de
Gilmar Mendes, Moro foi se queixar nas redes sociais. Disse que as falas
do ministro “são mentiras e ofensas pessoas absolutamente
desarrazoadas. “Repudio a violação ao decoro judicial, ao tempo que
registro meu apreço ao STF e à profissão de magistrado, que exerci com
dedicação ao longo de 22 anos”, escreveu Moro.